quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Maias Astecas e Incas

Antes da conquista européia, a América conheceu o desenvolvimento de importantas civilizações, que formaram-se ao longo de milhares de anos e que possuiam complexa organização social, econômica e política, que realizaram grandes obras públicas: sistema de irrigação, assim como palácios e templos, tanto na mesoamérica, onde encontravam-se Maias e Astecas, como no Altiplano Andino, onde desenvolveu-se o Império Inca.

Essas três civilizações tinham como base as características gerais do Modo de Produção Asiático, possuindo portanto semelhanças com civilizações mais antigas do Oriente Próximo, mas também diferenças significativas entre si.

A economia era essencialmente agrária, sendo a terra considerada como propriedade do Estado e trabalhada pelas comunidades camponesas, existindo atividades complementares como a criação de animais, o comércio e a mineração, esta última especialmente entre ao Astecas no México e os Incas no Altiplano Andino.

Os Astecas desenvolveram um sistema de plantio baseado nos “jardins flutuantes”, em região pantanosa que passou então a produzir.
As comunidades camponesas conservavam pequena parcela de terra para uso familiar, mas a maior parte das terras pertencia à sacerdotes e elites locais (líderes dos clãs) no caso de Maias a Astecas. Entre os Incas a terra era divida em: Terra do Estado, Terra dos sacerdotes e Terra comunitária, onde cada família possuía um lote para cultivo próprio, onde produziria após trabalhar as terras do imperador e dos sacerdotes. A exploração do trabalho dos camponeses pelo Estado ainda era realizada através da mita , ou seja, toda comunidade estava obrigada a fornecer homens para as obras públicas ou para o trabalho nas minas.

Apenas os Incas desenvolveram de fato um Império centralizado e teocrático, onde o Imperador, chamado Sapa Inca era considerado um deus, descendente direto do sol, supremo legislador e comandante do exército, suplantando a antiga unidade social, o Ayllu, (clã).
Na Península do Iucatã, os Maias desenvolveram um tipo de organização, onde cada centro urbano possuía autonomia e comandava as comunidades camponesas ao seu redor.

Na região do México, em uma ilha do Lago Texcoco, os mexicas ou astecas construíram uma grande cidade, capital do Império – TENOCHTITLAN – onde havia palácios, templos, mercados e canais de irrigação, demonstrando grande desenvolvimento. Apesar de considerado um Império, em parte por suas conquistas e o domínio sobre vários povos, O imperador possuía representação religiosa e militar, mas não necessariamente política, na medida em que havia anteriormente um grupo de uma camada de militares e sacerdotes originários dos líderes das aldeias

Na medida em que líderes locais e sacerdotes se fortaleceram, essas sociedades viram a formação de classes sociais, rigidamente estratificada, consideradas portanto como estamental. Entre esses três povos havia uma elite de sacerdotes, militares e artífices do Estado e uma grande massa de camponeses responsável pela produção de excedentes, que concentravam-se nas mãos da elite.

A religiosidade caracterizava-se pela crença em vários deuses, normalmente vinculados a elementos da natureza, como sol, chuva ou fertilidade, influenciando suas manifestações artísticas, principalmente a construção de grandes templos.

Os povos da Mesoamérica realizaram obras arquitetônicas colossais, representadas por templos e palácios em terraços com forma piramidal, assim como produziram objetos com carater decorativo, obras de ourivesaria de prata, ouro e pedras preciosas dos astecas, utilizadas para decorar palácios e templos.

No Altiplano Andino, os testemunhos mais importantes dessa cultura encontram-se na arquitetura monolítica e despojada de ornamentos, na qual demonstraram tanto uma técnica impecável quanto uma grande frieza expressiva. Atribuíram também grande importânica à indústria metalúrgica, principalmente na fabricação de armas, ao artesanato têxtil e à cerâmica. Nessa última, dedicaram-se às peças pequenas e às estatuetas antropomórficas.

Os Olmecas
A cultura olmeca, que se originou na costa sul do Golfo do México (La Venta,
San Lorenzo, Tenochtitlán, Três Zapotes), é considerada a primeira cultura elaborada da Mesoamérica, e matriz de todas as culturas posteriores dessa área.
Quem foram os olmecas? A sua antigüidade remonta á époci em que na Europa, depois de invadirem Creta, os aqueus se preparavam para conquistar Tróia.
Portanto, por volta do século XIII a.C., surgiu na América a primeira civilização,
Que durou até cerca do ano 100 a.C.. As características marcantes do Império Olmeca, que se estendeu desde o México Ocidental até, talvez, a Costa Rica – foram a escultura monumental (colossais cabeças de pedra) e a presença de centros cívicos religiosos a que se subordinavam áreas periféricas (satélites).
Tem razão o historiador mexicano Ignacio Bernal em declarar que “para nós,
americanos, ainda é melhor conhecida a vida de Roma que a de Tenochtitlán ou de Cuzco”. Embora já se conheça razoavelmente bem a vida econômica e sócio-política dos astecas e incas, a mesmo não acontece com relação aos olmecas. Recentes pesquisas arqueológicas, realizadas em San Lorenzo, um dos principais centros Olmecas e, provavelmente, o primeiro centro civilizada da Mesoamérica, nos dão conta da existência de colinas artificiais, com desaguamentos subterrâneos que funcionariam como sistemas para controle da água. A costa meridional do Golfo do México é uma área pantanosa, irrigada por numerosos rios. Nesse ambiente tropical, os olmecas cultivaram milho, feijão e abóbora, complementando a subsistência com os produtos obtidos através da caça e da pesca.
Além de talhar monumentos gigantescos, feitos de pedra, os olmecas também
destacaram-se no artesanato de jade. Nem pedra, nem jade existiam no litoral da
Golfo. Os olmecas iam buscar essas matérias-primas em regiões distantes. Como
não conheciam a roda, nem possuíam animais de carga, a pedra era transportada
em balsas, por via fluvial. A procura do jade deve ter servido como estimulo ao
comércio, que se fazia através de numerosas rotas. Acredita-se que a notável influência olmeca na Mesoamérica seja devida á extensão desse comércio.
A organização social dos olmecas era bastante desenvolvida. A população,
espalhada pelo Império, dividia-se entre urna minoria (sacerdotes, artífices de elite), que habitava os centros cerimoniais, e a maioria do povo – camponeses – que vivia nas aldeias.
Nos centros cerimoniais, como o de La Venta, havia altos cômoros, em for.
ma de pirâmide truncada, construídos sobre grandes plataformas de terra, organizadas ao redor de plazas, segundo um plano sistemático. Esses montículos de argila eram rodeados de enormes fossas, onde foram encontradas máscaras religiosas profundamente enterradas. Ao que parece, os cômoros tinham funções primordialmente funerárias



É de se supor a existência de Chefias ou Estados incipientes (como em Três
Zapotes), devido á necessidade de supervisão e planejamento, além de recruta-
mento de numerosa mão-de-obra, para a construção das pirâmides, plataformas
e aterros.
O valor dominante do religioso caracterizou a Arte olmeca. A escultura era
bastante desenvolvida: monumentais cabeças de pedra, com rosto redondo, lábios
grossos e nariz achatado; estatuetas com formas humanas; e outras apresentando
uma mistura de traças humanos e felinos (aguar). Todas caracterizavam-se pela
boca retorcida – típica da Arte olmeca. São freqüentes as representações do jaguar, a principal divindade, sendo que o homem-jaguar representaria, provável.
mente, o deus da chuva. Quanto a pintura, dela encontraram-se poucas exemplares, em locais distantes.
Sabe-se que tinham conhecimentos de Astronomia – basta observar-se o traçado das suas cidades, obedecendo aos pontos cardeais (como La Venta) – e um
calendário, pois foram encontrados, em alguns monumentos, registros de datas
muito antigas. Também conheciam a escrita e possuíam sistemas matemáticos.
Muitos traços e tradições dos olmecas sobreviveram entre as diversas culturas
que os sucederam, como é o caso das culturas dos maias e astecas.

Os Maias

Os maias – que ocuparam as planícies da Península do Iucatâ, quase toda
a Guatemala, a parte ocidental de Honduras e algumas regiões limítrofes – constituíam povos que falavam línguas aparentadas, e elaboraram uma das mais complexas e influentes culturas da América. Alguns historiadores, para quem a Europa é o centro do mundo, chegaram a comparar os maias aos gregos, em termos de importância cultural.
Estes Gregos do Novo Mundo possuíam uma economia agrícola baseada na
produção do milho, considerado alimento sagrado, pois dele se teria originado o
homem, segundo a mitologia maia. A terra era cultivada coletivamente. obrigando-
se os camponeses ao pagamento do imposto coletivo. A caça e a pesca eram atividades complementares, sendo desconhecida a pecuária.
A organização social dos maias ainda é, em grande parte, desconhecida. Entretanto, através do estudo da Arte maia, sobretudo de sua Pintura, pode-se caracterizar essa civilização como uma sociedade de classes. Uma elite (militares e sacerdotes) constituía a classe dominante, de caráter hereditário, que habitam as numerosas centros cerimoniais, circundados pelas aldeias onde vivia a numerosa mão-de-obra composta por camponeses submetidos ao regime da servidão coletiva. Os centros maias não eram apenas o lugar da administração e do culto, mas também exerciam funções comercias: trocas de produtos cultivados e de artigos do artesanato, objetos de ouro e cobre, tecidos de algodão, cerâmica), sendo muito importante o ofício de mercador. Havia ainda os escravos, cujas figuras apareciam em numerosos monumentos do Antigo Império Maia. “Estas figuras de cativos certamente são uma representação dos prisioneiros de guerra reduzidos á escravidão, ainda que possam representar também as pessoas de todo um povoado ou aldeia, coletivamente, melhor do que a um indivíduo em especial, as vezes, os rostos dos prisioneiros são diferentes dos das principais figuras, diferença que possivelmente indica que os senhores pertenciam a uma classe hereditária especial.”
Politicamente, acredita-se que o governo maia fosse uma teocracia, exercida
peio Halach Uinic, de caráter hereditário, incumbido da política interna e externa,
e do recolhimento do imposto coletivo das aldeias. Uma espécie de Conselho assessorava esse governante. As chefias das aldeias eram exercidas pelos Batab, com jurisdição local e submetido ao supremo governante, como, aliás, todos os habitantes das aldeias e os funcionários reais. Estas chefias locais poderiam ser constituídas pelas antigas aristocracias tribais, cooptadas pelo Estado para melhor afirmar sua autoridade sobre as aldeias. Havia ainda os Nacom, chefes militares eleitos por um período de três anos, que intervinham nos assuntos da guerra, organizando o exército; e funcionários menos categorizados, os Tupiles, que zelavam pela ordem pública.
Os maias na verdade, nunca chegaram a constituir um Império: cada cidade.
com suas respectivas aldeias, formava um Estado independente: Palenque, Copán, Tical e outras.
Do ponto de vista religioso, os maias acreditavam que o destino do homem era
controlado pelos deuses, e, assim, toda sua produção cultural foi nitidamente influenciada pela religião. A arquitetura era sobretudo religiosa. Utilizando principalmente pedra e terra como materiais, e trabalho forçado da numerosa mão-de-obra camponesa, construíram-se templos, de forma retangular, sobre pirâmides truncadas, com escadarias, e estendendo-se ao redor de praças. Também se edificaram palácios, provavelmente para residência dos sacerdotes, em que os interiores , geralmente longos e estreitos, eram cobertos por uma falsa abóbada, característica desse tipo de edificação. Todas as dependências revestiam-se de elaborada decoração – esculturas, pinturas murais, geralmente representando cenas guerreiras ou cerimoniais (altos dignitários sendo homenageados ou servidos por súditos). A escultura em terracota foi outro exemplo notável da Arte maia, enquanto a Pintura, utilizando cores vivas e intensas, atingiu alto grau de perfeição.
A preocupação religiosa também estava presente nas realizações das maias
no campo do registro do tempo. “Uma das grandes realizações devidas aos sacerdotes foi o calendário da América Central. Todas as religiões se interessam pela determinação do tempo. Elas ligam o ciclo vital da indivíduo aos atos rituais que revivem periodicamente na sociedade e sincronizam este tempo social com a marcha do tempo.
O calendário cíclico, que abrangia um período de 52 anos, era um sistema complexo de contagem do tempo, agrupando três ciclos, com número diferente de dias e com múltiplas combinações. Esse calendário orientava as atividades humanas e pressagiavam as vontades dos deuses. Os maias fizeram notáveis progressos na Astronomia. (eclipses solares, movimento dos planetas). Também adquiriram avançadas noções de Matemático, como um símbolo para o zero e o principio do valor relativo.
Embora não esteja ainda de todo decifrada, já se sabe que a escrita maia, considerada sagrada, não se baseava em um alfabeto: havia sinais pictográficos e símbolos apresentando sílabas, ou combinações de sons.
No que restou da produção literária, sobressai o Popol Vuh, livro sagrado dos
maias, que contém numerosas lendas e é considerado um dos mais valiosos exemplos de Literatura indígena.
Por volta do ano 900, o Antigo Império Maia sofreu um declínio de população,
e teria iniciado um processo erroneamente confundido com decadência. Alguns
estudiosos atribuem o abandono dos centros maias à guerra, insurreição, revolta
social, invasões bárbaras etc. De fato, os grandes centros foram abandonados, porém não de súbito. As hipóteses mais prováveis apontam para uma exploração intensiva de meios de subsistência inadequados, provocando a exaustão do solo e a deficiência alimentar.
A cultura maia posterior, fundindo-se com a dos Toltecas, prolongou-se no
Novo Império Maia até a conquista definitiva pelos espanhóis.

A Civilização Mochica

INTRODUÇÃO

Quando estudamos as civilizações da América pré-colombiana, valorizamos principalmente os maias, astecas e incas, relegando a um segundo plano outras culturas, inclusive algumas anteriores, como a dos mochicas, responsáveis pelo desenvolvimento de uma civilização que durante 500 anos, alterou profundamente a história da América Andina, para no século VI viver um período de vertiginoso declínio, desaparecendo misteriosamente.

O caráter revolucionário dos mochicas, deve-se ao fato de terem criado a primeira sociedade estatal pré-colombiana do continente, 14 séculos antes do império inca. Desde então, a história da América do sul nunca mais foi a mesma.

POLÍTICA E ECONOMIA

Estabelecidos nos Vales do Chicama e do Mocha (costa norte do Peru) entre 50 e 600 d.C., esse povo consolidou um Estado com o poder centralizado nas mãos de uma nobreza guerreira, aprimorado no século XV pelos incas.

Com economia baseada na agricultura de irrigação, cultivaram todas as plantas comestíveis da época, como a batata, o feijão, e o milho, transformando largas faixas de deserto em terras cultiváveis através da construção de canais de irrigação e aquedutos, utilizados até os dias de hoje. Desenvolveram também o pastoreio, domesticando o lhama, que junto com peixes e frutos do mar, eram utilizados na alimentação.
No artesanato, os mochicas criaram objetos com a utilização de cerâmica, madeira, pedra, metal e tecelagem, tendo sido pioneiros no uso de moldes para vasos de barro e na produção de representações realistas da figura humana, assimilada posteriormente por outras civilizações pré-colombianas.

SOCIEDADE, RELIGIÃO E ARTE

A sociedade mochica era fortemente patriarcal, cabendo às mulheres uma posição claramente inferior. Esse aspecto pode ser comprovado em pinturas que mostram as mulheres dedicando-se somente às tarefas domésticas. A pintura descreve ainda, uma sociedade dividida em classes, onde uma nobreza militar comandava a vida da comunidade formada majoritariamente por camponeses.
“Havia também uma grande divisão do trabalho e especialização nas ocupações e ofícios. Embora não possamos estar seguros se um ourives ou um oleiro trabalhavam no seu ofício todo ano ou só no tempo que a agricultura lhes deixava livre, havia provavelmente sacerdotes, médicos e gente de outras profissões que não trabalhavam na agricultura. Pode ter havido uma classe de escravos, e quase certamente classes aristocráticas. (…) Nos vasos-efígie e pintados notavam-se vestuários e ornamentos ou símbolos que indicavam as várias classes ou ofícios e esses tem muitas vezes, formas de animais, tais como aves, centopéias ou libélulas para os mensageiros, raposas para os sábios, jaguares para os homens de autoridade.” (MASON, J. A. op. cit., p. 88 e 89)
A arquitetura desenvolveu-se através de grandes obras públicas como templos e pirâmides, ambos com o uso de adobe (tijolo cru). Sobre os grandes templos aterraçados, como a Huaca Del Sol e a Huaca de la Luna, erguia-se uma pirâmide em degraus. Também foram erguidas edificações ao longo das estradas em locais estratégicos e com intervalos regulares, visando facilitar o possível serviço de mensageiros.
A escultura foi marcada pela representação da figura humana, com elementos da flora e da fauna.
A religião era controlada pelo Estado, com prática comum de rituais de sacrifício humano.
Recentemente na Huaca de la Luna, considerada o principal templo mochica, foram encontradas duas valas comuns com cerca de 90 esqueletos de homens capturados em combate e sacrificados ritualmente.

OUTROS GRUPOS PRÉ-INCAICOS

O desaparecimento dos mochicas, a partir do século VI ainda é uma incógnita. A hipótese mais provável é que o clima da região tenha sido afetado por uma sucessão de El Niños extremamente violentos provocando a alternância de secas e chuvas torrenciais prolongadas, o que provavelmente, arruinou as plantações e rebanhos, destruindo essa rica civilização.
Entre os séculos VII e XII, a região do altiplano boliviano próxima ao lago Titicaca conheceu o Império Tiahuanaco. Com desenvolvimento econômico bem semelhante ao dos demais povos da região, sua arquitetura distinguiu-se pela técnica inovadora que utilizava grampos de cobre para unir blocos de pedra maciça na construção de plataformas.
A civilização Huari passou a dominar a região entre 800 e 1200, período em que o militarismo e a urbanização se consolidaram no altiplano andino. As cidades ali fundadas contavam com praças, ruas, templos, além de canais subterrâneos para abastecimento de água. Huari era menos um centro cerimonial que residencial e o grande número de edifícios públicos comprova uma certa laicização das instituições.
Como conseqüência das guerras entre os pequenos Estados vizinhos, os governos que, na época clássica eram fortemente teocráticos, se militarizaram e na hierarquia social o soldado já superava o sacerdote. O expansionismo de Huari valorizou essas características, que mesmo em um império decadente, influenciaram a formação do Estado Inca.
Ainda nesse período destaca-se finalmente, o Império Chimu, localizado no litoral norte do Peru. Considerada a última grande civilização pré-incaica, conseguiu sobreviver até 1466, quando foi vencido pelos incas.
Apesar das várias características comuns apresentadas por esses povos os mochicas, com a primeira sociedade estatal da América do Sul, irão marcar várias culturas posteriores, inclusive a dos incas mais primitivos.

A conquista do Novo Mundo

A conquista da América pelos espanhóis iniciou-se no final do século XV, a partir da Segunda viagem de Colombo, a princípio sem obedecer a uma planificação, mas com objetivos gerais definidos.

A expansão marítima espanhola enquadra-se no processo de formação do capitalismo, caracterizado naquele momento pelas práticas mercantilistas adotadas pelos Estados Modernos.

A riqueza acumulada pelas cidades italianas e o progresso do expansionismo português acabaram por estimular a expansão espanhola, no sentido de obter riquezas, a princípio com o comércio de especiarias. Soma-se a isso o interesse da nobreza decadente em obter vantagens e o interesse da Igreja Católica que, na Espanha foi fortemente marcada pelo ideal de Guerra Santa devido à séculos de luta contra os mouros.

O início da conquista

A base inicial das conquista foi a Ilha de La Hispaniola (atual São Domingos), posteriormente substituída por Cuba. Dessas ilhas partiram as expedições para as demais e principalmente para o continente.

No continente as principais ocupações foram sobre a região do Panamá e do México, de onde partiriam novas expedições:

Do Panamá à outra regiões da América Central

•Peru
Do México à Guatemala e Nicarágua
•Oriente ( Molucas e Filipinas)
•Califórnia
De uma forma geral, a participação da Coroa nesse processo de conquista foi reduzida. A espanha recém unificada vivia ainda vários conflitos internos, envolveu-se nas Guerras da Itália (1494-1550) e no confronto com os luteranos, que se expandiam no Sacro Império, governado por Carlos V, rei da Espanha.Dessa forma surgiram as capitulações, contratos a partir dos quais a Coroa permitia a conquista e exploração da América por particulares. Essas regras estabeleciam direitos e deveres recíprocos, característica medieval, e foi um estímulo para que elementos da pequena nobreza e de camadas populares participassem do empreendimento, pois a guerra e a conquista eram para esses grupos a única possibilidade de enriquecimento, sendo que, no caso da pequena nobreza, havia ainda a “cultura da guerra”, característico do mundo feudal e mantido durante a Guerra de ReconquistaA conquista do México

A conquista do México foi liderada por Fernão Cortez, que em 1519 foi designado para comandar uma expedição à região. Durante os 15 anos anteriores Cortez viveu nas Antilhas, onde obteve terras, riqueza e prestígio.

As primeiras conquistas ocorreram na região litorânea: San Juan de Ulua, fundaram Vera Cruz, e conquistaram Zempoala, onde obteve o apoio dos Totonacas e de outros povos nativos, até então dominados pelos Astecas, Avançando até Tenochtchitlan, capital do império. O Primeiro contato foi marcado pela “diplomacia” que, no entanto não durou muito tempo: estavam frente a frente os interesses distintos de dois impérios.

O confronto iniciou-se no final de 1519 e estendeu-se até agosto de 1521. Cortez, em desvantagem numérica conseguiu reforços das Antilhas e da Coroa — homens, cavalos e canhões -, de grupos indígenas e também da varíola. Os Astecas sitiados na capital durante meses acabaram sucumbindo, quando então a cidade foi tomada e os habitantes que restavam foram expulsos.

Língua falada era o Nahuatl .


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